Quantas vezes te perguntaram: o que você quer ser?
Acredito que muitas vezes, não é?
Principalmente na reta final do ensino médio. Parentes, professores e até mesmo colegas fazem esse questionamento. Ai de você se não tiver algo em mente. E o pior: ai de você escolher uma profissão sem prestígio. Seus parentes caem em cima; falam uma série de abobrinhas a cerca daquela respectiva profissão. Por um lado, não se deve crucificá-los, pois eles estão preocupados com o seu futuro. Além disso, eles foram criados dentro da filosofia que Robert Kiyosaki preconiza em Pai Rico e Pai Pobre: “estudar, tirar boas notas e trabalhar arduamente”. Um ciclo que tende a ser virtuoso, mas, muitas das vezes, ganha a feição de vicioso. Em outras palavras, é um paradigma que, ao longo dos anos, transformou-se em dogma. Trocando em miúdos: se você não seguir essa filosofia de vida, não será bem sucedido. Mas pra que isso dê certo, você precisa escolher uma profissão rentável, ou melhor, uma profissão que dê dinheiro. No mundo capitalista em que vivemos, chega até ser compreensível esse raciocínio. A cada ano que passa, as coisas vão ficando caras, os salários aumentam – o consumo, nem se fala. Tenho certeza que você, às vezes, reclama do seu salário. Há pessoas que ganham muito e tornam a reclamar do seu salário. É estranho, não?
Ganhando pouco ou muito, o seu salário nunca será o suficiente. Para ele ser o bastante, você não precisará de mais capital, e sim de inteligência financeira. Certo dia, disseram-me o seguinte: não adianta ter dinheiro e não ter paz interior. Pensando bem, é verdade. Há muitos que tem dinheiro e vivem atormentados com dívidas exorbitantes. Agora eu pergunto: adiantou seguir aquele conselho?
Acho que não. Outro problema veio à tona – dessa vez, pior. Aquele conselho era simplesmente uma visão não questionada. Com base nessas proposições, convido-o a refletir: como você (pai, mãe, professor, etc.) está orientando o seu discípulo (filho, aluno, etc.)?
Eu, por exemplo, digo o seguinte: se não sabe o que fazer, procure conhecer algo que te desperta interesse. Com o tempo, você poderá desenvolver uma paixão por aquilo. Como diz o poeta amazonense Thiago de Melo: “só se pode amar as coisas que se conhece e que se entende”. Em vista disso, basta você conhecer algo e, de repente, passe a gostar. Independente do que fizeres, faça bem feito. Aqueles que cresceram na vida seguiram esse raciocínio simples que, em contrapartida, é difícil de ser colocado em prática. Discute-se tanto em definir o que se gosta, mas pouco se fala em como fazer melhor as coisas. Há um provérbio chinês que diz: “um percurso de 2000 km começa com um simples passo”. É só dar o primeiro passo. Deixar que os outros dêem o primeiro passo por nós, é algo arriscado. Às vezes dá certo. Quando dá errado, somos pegos de surpresa pelos novos paradigmas. Sabe por que?
Porque fomos guiados por paradigmas antigos. É como se o mundo desse um puxão de orelha e dissesse: “as coisas por aqui mudaram, sabia?” A partir daí, só nos resta começar tudo novamente, coisa que já teve início naquele período indeciso da vida, onde os seus parentes resolveram colocar rodinhas na bicicleta da sua vida. Deixe de ser fantoche e seja o protagonista do espetáculo.
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